Ilha do Faial - Discover Faial - Island of Nature & Culture

Ilha do Faial

Açores

Um paraíso no meio do Atlântico

A ilha do Faial é uma das 9 ilhas dos Açores, arquipélago português, de origem vulcânica, situado em pleno Atlântico Norte, entre a Europa e a América.

Os Açores são hoje em dia considerados um dos melhores destinos de natureza do mundo, marcados pela diversidade das suas paisagens, pela riqueza em biodiversidade e pelos intensos contrastes que cada uma das 9 ilhas proporciona a quem as visita.

O clima é temperado, com temperaturas médias entre 13oC no inverno e 24o no Verão. A Corrente do Golfo, que atravessa o arquipélago, mantém as

águas do mar a uma temperatura média entre os 17 °C e os 23 °C. O ar é húmido com humidade relativa média de cerca de 75%.

Reconhecendo a importância de avançar rumo a um modelo de desenvolvimento mais sustentável, os Açores têm implementado políticas e projectos que visam proteger e preservar a multiplicidade de recursos naturais, históricos e culturais da região.

Em 2019, os Açores tornaram-se no primeiro arquipélago no mundo a alcançar a certificação internacional de destino sustentável por uma entidade acreditada pelo Conselho Global de Turismo Sustentável.

A Ilha do Faial

A Ilha do Faial é a 4a maior Ilha do Arquipélago, com 21km comprimento e 14km de largura (173,42km2), o que corresponde a 7% do território Açoriano, e tem a 3a maior população, com aproximadamente 15.000 habitantes (censo 2011).

A Ilha é formada por uma linha montanhosa que a atravessa de leste a oeste, pontuada por inúmeros cumes vulcânicos, dos quais se destaca a Caldeira, uma cratera gigante com 2000m de diâmetro por 400 m de profundidade, resultado de intensas erupções que em muito contribuíram para a formação da ilha, tal como a vemos hoje.

No extremo oeste da ilha vemos o Vulcão dos Capelinhos, cuja erupção aconteceu em 1957-58, há pouco mais de 60 anos, e que marcou profundamente a ilha até aos dias de hoje.

Para além da singular paisagem que originou (cuja erosão tem vindo a ser estudada pela NASA, em várias expedições, contribuindo para a criação de modelos de erosão da superfície de Marte), a erupção do vulcão, no limite da ilha, provocou, naquela época, uma grande vaga de emigração para os Estados Unidos, que reduziu a população da ilha a cerca de metade.

As zonas altas da ilha são marcadas pelos montes e por extensas áreas de pasto e de floresta, que originam paisagens impactantes, com uma intensa paleta de verdes. A costa é caracterizada por uma grande variedade de formações, desde encostas dominadas por falésias a baías protegidas, piscinas naturais e diversas praias de areia negra.

A cidade da Horta, a única do Triângulo, é conhecida como a Cidade-Mar, marcada por seis séculos de história ligados à navegação, ao comércio internacional, às telecomunicações, à aviação e à baleação.

Desde o seu povoamento até hoje, a cidade da Horta tem sido um local de encontro e de convívio entre povos e culturas de diversos locais do mundo. A sua Marina é uma das mais movimentadas do mundo, acolhendo anualmente mais de 1200 embarcações que atravessam o Oceano Atlântico. Iniciada há séculos, a escala da Horta continua a ser hoje um ritual obrigatório para marinheiros do mundo inteiro.

Esta ligação ao mar e ao mundo é reforçada pelo trabalho de muitas outras estruturas, como o Departamento de Oceanografia e Pescas, polo da Universidade dos Açores, sedeado no Faial, que agregam investigadores de diversas nacionalidades, que se dedicam ao estudo dos Oceanos e à produção de ciência de ponta.

A relação com Mar, que emana da longa tradição da Horta como cidade portuária, continua a ser hoje um dos grandes traços identitários da ilha. Mais do que separar, na ilha do Faial, o Mar sempre uniu.

Por isso, ainda hoje a ilha do Faial é reconhecida pela forma harmoniosa como conjuga o melhor da natureza, em terra e no mar, com este sentimento de proximidade do mundo, um sentimento que é feito de partilha, de curiosidade e de generosidade.

O Triângulo dos Açores

O Faial é também uma das três ilhas do Triângulo dos Açores, precisamente um dos lugares na região onde estes contrastes paisagísticos e culturais são mais evidentes.

As ilhas do Triângulo – Faial, Pico e São Jorge – assim denominadas pela sua proximidade geográfica e histórica, são três ilhas muito distintas, cujos atributos naturais, como a idade geológica, a dimensão, a forma ou o relevo, potenciaram caminhos de desenvolvimento social, cultural e económico muito diferentes.
As três ilhas têm ligações marítimas regulares durante todo o ano.

Faial e Pico são as ilhas mais próximas dos Açores, distando apenas 5 milhas náuticas uma da outra (aproximadamente 8 km). Uma viagem de ferry entre Faial e Pico demora apenas 30 minutos, havendo várias ligações diárias, ao longo de todo o ano.

A viagem de ferry entre o Faial e São Jorge demora 2 horas, havendo ligações diárias durante o Verão e ligações em dias alternados durante o Inverno.

Faial, cosmopolita de nascença

Embora seja uma pequena ilha no meio do Atlântico, a história do Faial cruza-se por diversas vezes com os grandes acontecimentos da história internacional. Com um dos portos mais seguros e importantes dos Açores, o Faial esteve ligado aos Descobrimentos, ao comércio marítimo com o a Ásia, África e Américas, à baleação americana de longo curso, às comunicações com cabos telegráficos submarinos, à aviação.

Esta ligação com o mundo dá-se logo com o início do povoamento, em 1468, sob coordenação do capitão-do-donatário Josse Van Huertere, originário da Flandres. Estes primeiros assentamentos, nas zonas de Porto Pim e da Conceição, deram origem à vila de Horta, fundada por volta de 1500. Ainda hoje perduram vários apelidos que derivam de nomes de famílias de origem flamenga, como Dutra (aportuguesamento de van der Hurtere), Terra (van Aaard ou Aertrycke) ou Brum (van der Bruyn).

Pormenor da Ilha do Faial - Mapa dos Açores (1584) - Ortelius Abrahamd

Já no século XVI o porto da Horta foi identificado como um excelente porto de abrigo, devido à forma e orientação da sua baía, que a tornavam num dos melhores e mais seguros portos do arquipélago. Sobretudo a partir de meados do século XVII, o porto da Horta passou a ter importância internacional, tornando-se num lugar de paragem quase obrigatória para as embarcações mercantis que atravessavam o Atlântico, o que fomentou o comércio local e o enriquecimento da então Vila.

O aumento da pirataria e do corso, principalmente por embarcações inglesas, em resposta ao monopólio estabelecido pelos países ibéricos, também teve forte impacto no desenvolvimento da Horta. Para reforçar a segurança contra os ataques vindos do mar, ao longo do século XVII e XVIII, foram construídos diversos fortes – Forte da Greta, Castelo de S. Sebastião, Reduto da Patrulha, Castelo de Santa Cruz, Forte da Boa Viagem, Castelo do Bom Jesus e Forte de Nossa Senhora da Conceição -, assim como muralhas que protegiam toda a frente marítima da Horta.

Pormenor do porto da Horta - Grande Panorama de uma Viagem de Baleação à Volta do Mundo (1842) - Purrington-Russell

O Século XVII foi marcado pelo desenvolvimento arquitectónico da cidade, possibilitado pela sua efervescência económica. Destaca-se o surgimento de inúmeros conventos e igrejas, solares, casas burguesas e armazéns. O Faial tornou-se, então, local de paragem das embarcações que partiam das Índias Ocidentais para Inglaterra e do Brasil e Oriente para Portugal. Este intenso movimento de navios mercantes levou a que muitos negociantes estrangeiros e representantes consulares se estabelecessem na Ilha.

O século XVIII trouxe novas dinâmicas comerciais e o Porto da Horta ganhou ainda mais relevância com a exportação de vinho (essencialmente produzido no Pico) para a América Central e do Norte e com o surgimento e crescimento da indústria da baleação. A baleação, que foi uma actividade com um grande impacto cultural e económico nas ilhas, tinha como principal objectivo a extracção do óleo de baleia, que era um produto com inúmeras aplicações, sendo em grande parte utilizado na iluminação pública, nos Estados Unidos e na Europa.

Baleeiras americanas no porto da Horta (1900) - Foto Jovial

Já no início do século XIX a Família Dabney estabeleceu-se no Faial. Esta família americana, que veio para a ilha com propósitos comerciais – exportação, baleação e vinhos -, desempenhou um papel de grande importância na vida política, social, cultural, desportiva e económica da Horta.

Curiosidade: Em 1790, John Street foi nomeado Vice-Cônsul dos Estados Unidos no Faial. Em 7 de Julho de 1795 foi nomeado Cônsul, criando-se assim o Consulado Americano nos Açores, que permaneceu na Horta até 1917, sendo hoje o consulado norte-americano mais antigo do mundo.

Durante o século XIX, devido à dinâmica comercial do porto, a cidade da Horta afirmava a sua identidade eclética e cosmopolita, sendo um lugar onde se importava arquitetura e mobiliário, moda e a decoração, música e artes, hábitos e costumes. Nessa época, várias figuras ilustres vieram visitar a Ilha, tais como o pintor William Morris Hunt e o banqueiro J.P. Morgan.

Bagatelle - Família Dabney (séc. XIX) - Colecção e colorização de J. M. Medina Garcia

Em 1893 foi inaugurado o 1o cabo submarino de telecomunicações, que ligou a Horta a Carcavelos, em Portugal Continental. Posteriormente foram instalados outros cabos, que ligaram a cidade da Horta a África, América, Inglaterra, França, Alemanha, Espanha, Cabo Verde e Lisboa.

Estes empreendimentos, realizados por companhias de telecomunicações de diversos países (dos quais se destaca a Inglaterra, os Estados Unidos e a Alemanha), colocaram a cidade da Horta no centro do mapa das telecomunicações internacionais.

Esta época, que vai até ao final dos anos 60 do século XX, foi marcada por um grande desenvolvimento urbano, cultural e desportivo, alimentado pelo contacto permanente com diversas comunidades estrangeiras: aumentou a construções de imóveis, foram criadas as vias de ligação entre campo e cidade, surgiu a rede de iluminação pública e foi promovido o calcetamento das principais artérias e a construção de passeios. Também se formam agrupamentos musicais, tunas e filarmónicas e constituíram-se clubes desportivos (como o Fayal Sport, um dos mais antigos do país), onde eram praticados desportos como o ténis, o futebol, o polo aquático, o basebol e o croquete.

A 17 de Maio de 1919, aterrou na baía da Horta o hidroavião NC4, pilotado pelo capitão Albert C. Read. Esta fui a primeira etapa da primeira travessia aérea do Atlântico Norte, que ligou Trepassey, nos Estados Unidos, a Plymouth, em Inglaterra.

Depois deste voo inaugural, a baía da Horta tornou-se numa escala habitual para os hidroaviões que ligavam a Europa à América do Norte. Este período foi também marcado pela presença habitual dos Clippers, os hidroaviões da Pan American Airways, que em 1939 inaugurou uma carreira regular, ligando as duas margens do Atlântico.

Em 1957/ 58 ocorreu a erupção do Vulcão dos Capelinhos, um acontecimento que deixou marcas profundas na ilha, originando uma vaga de emigração para os Estados Unidos que arrastou consigo metade da população do Faial.

Hidroaviões da PanAm no porto da Horta (1939) - Foto Jovial

Para além das consequências locais, esta erupção tornou-se num acontecimento científico e mediático à escala global. A magnitude deste evento, aliada ao facto de a erupção se dar junto à costa da ilha, permitiu o seu acompanhamento ao longo de todo o ciclo da erupção e a realização de estudos científicos inéditos.

Ao longo do século XX, com a modernização das embarcações e o fim da baleação, o Porto da Horta perdeu importância no plano comercial internacional, mas sempre foi encontrando novas valências que o dinamizaram, como a presença dos rebocadores holandeses, a aviação e, mais recentemente, a náutica de recreio ou iatismo.

Em 1971 foi inaugurado o Aeroporto da Horta, que alavancou um novo patamar de desenvolvimento. Em 1974, com a revolução de 25 de Abril, deu-se a transição para a democracia. Em 1976 os Açores alcançaram o estatuto de Região Autónoma e passaram a ter um governo próprio, com funções de soberania em diversas áreas.

Vulcão dos Capelinhos (1957) - Foto Jovial
Gastronomia, Ilha do Faial, Açores

Gastronomia

A cozinha açoriana tem a sua base na cozinha portuguesa, mas é também o resultado dos seus recursos naturais e da importância estratégica do arquipélago, que potenciou cruzamentos e trocas comerciais.

O que mais distingue a cozinha açoriana das outras é a forma de cozinhar e de temperar. Carnes e peixes com sabor a canela e pimenta da Jamaica, doçaria muito açucarada, muitos biscoitos para embarcar, bolos de frutas de tradição inglesa e americana são exemplos dessas influências. A cozinha Açoriana é uma cozinha de fusão que cruza Portugal com os Trópicos.

As especialidades do Faial são os peixes, alguns mariscos, como as lapas, as carnes de vaca e de porco, linguiça, morcela, inhame, batata doce, frutas sub-tropicais, compotas, biscoitos, bolo de frutas, massa sovada, pão de milho, vinhos e licores, estes últimos maioritariamente produzidos na ilha do Pico, resultado da estreita ligação que sempre houve entre o Faial e o Pico e as suas gentes.

Eventos Anuais

Dia dos Amigos, Dia das Amigas, Dia dos Compadres e Dia das Comadres

Tradição com cerca de 100 anos, quando as pessoas reuniam-se às quintas-feiras nas comemorações do Espírito Santo e eram declamadas poesias e cantigas que falavam de amizade. Atualmente, nas 4 quintas-feiras antes do Carnaval, reunem-se em festa primeiro os amigos, na quinta seguinte as amigas, seguidos dos compadres e das comadres.

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Whalers' Great Route Ultra-Trail® by Azores Trail Run®

Evento de Trail Running e Ultra Running com provas entre 10k e 118k nos trilhos da Ilha do Faial organizado pelo Azores Trail Run®. Acontece normalmente em Maio.

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Festival MUMA

Festival de Música que promove o encontro entre artistas locais e outros vindos de várias partes do país. Acontece em Maio.

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Divino Espírito Santo

As festas em honra do Divino Espírito Santo iniciam-se no domingo de Pentecostes e prolongam-se por várias semanas. É a devoção mais significativa do povo açoriano e caracteriza-se por celebrações de origem popular, organizadas por irmandades laicas.

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Festival Maravilha

Festival Cultural de rua que acontece a cada 2 anos nos meses de Julho/ Agosto.

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Regatas

Várias regatas internacionais têm no porto da Horta o seu destino ou escala. Destaque para as regatas Les Sables – Les Açores- Les Sables, nas modalidades de classe 40 e classe Mini 6.50. Les Sables Horta Les Sables – regata que parte da Les Sables d’Olonne, na França, chega à cidade da Horta onde acontece a partida da 2a etapa, a de volta. Acontece normalmente em Julho.

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Semana do Mar

Um dos maiores festivais náuticos do país que combina atividades e competições náuticas com apresentações culturais e oferta gastronómica. Acontece normalmente em Julho/ Agosto

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Festas de Verão

Durante o Verão, cada freguesia organiza festas populares com gastronomia tradicional, música e atividades culturais e folclóricas.

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SOS Cagarros

Entre 1 de Outubro e 15 de Novembro, promove-se o resgate de cagarros juvenis que deixaram seus ninhos em direção ao mar para seu primeiro voo transatlântico, mas que muitas vezes, atrapalhados pelas luzes em terra, ficam na beira da estrada em risco de vida. Se estiver pela Ilha do Faial nesse período, informe-se sobre a campanha e ajude a salvar os cagarros!

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Triangle Adventure by Azores Trail Run®

Evento de Trail Running por etapas que acontece em 3 dias, em 3 trilhos, em 3 Ilhas: Faial, São Jorge e Pico. Organizado pelo Azores Trail Run®. Acontece normalmente em Outubro.

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Dia das Montras

No dia 8 de Dezembro acontece este evento natalício em que o comércio tradicional apresenta as suas montras de Natal. Inaugura-se as luzes de Natal da cidade e realiza-se uma feira de natal com produtos artesanais, comidas típicas e bebidas, concertos musicais e missas.

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Parque Aberto

Programa com diversas atividades lúdico-educativa que acontecem ao longo do ano nos Parques Naturais dos Açores.

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